Doença de Kawasaki

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

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A doença de Kawasaki (DK), também chamada de síndrome de Kawasaki, é uma vasculite sistêmica idiopática, que pode levar a aneurismas, especialmente das artérias coronárias.

Esta enfermidade caracteriza-se por comprometer a boca, a pele e linfonodos e acomete, especialmente, crianças abaixo de 5 anos de idade. Possui etiologia ainda desconhecida, mas quando reconhecida rapidamente, os indivíduos afetados podem recuperar-se completamente dentro de poucos dias. Quando não tratada, pode levar a complicações graves que podem envolver o coração.

A DK foi descrita primeiramente pela médica Tomisaku Kawasaki, no ano de 1967. Na época foram relatados 50 casos que foram acompanhados no período de 1961 a 1967. Esta médica acreditava que esta era uma doença benigna, autolimitada, que não deixava seqüelas, denominando-a de síndrome do linfonodo mucocutâneo. No ano de 1970, houve 10 mortes de crianças com idade inferior a 2 anos, vítimas da DK, evidenciando um lado mais agressivo da doença. O patologista Noboru Tanaka observou a presença de uma trombose de artéria coronária durante a necropsia de uma criança com diagnóstico prévio de DK. Outro médio, o pediatra Takajiro Yamamoto observou a presença de ritmo de galope e insuficiência cardíaca congestiva em um paciente diagnóstico com a DK. Este médico juntamente com colaboradores publicou 23 casos de DK, sendo que destes, 11 apresentavam alterações eletrocardiográficas, levando a conclusão de que o acometimento cardíaco é comum nessa síndrome. Foi apenas em 1974 que Kawasaki lançou a primeira publicação sobre a doença na língua inglesa.

Não se trata de uma doença hereditária; todavia, pode haver o envolvimento de predisposição genética. A população mais acometida é a japonesa, porém, existem relatos no mundo de indivíduos não-japoneses.

As manifestações clínicas iniciam-se com febre alta, sem causa aparente por cerca de 5 dias. Por conseguinte, o paciente apresenta irritabilidade, conjuntivite, vermelhidão do tronco e região genital, lábios rachados e língua inchada e vermelha (conhecida como língua em franboesa). Amidalite e linfonodos infartados, especialmente na região do pescoço, podem aparecer nessa primeira fase da afecção.

A segunda fase é caracterizada por descamação dos pés e mãos, dores nas articulações, diarréia, dor abdominal e vômitos.

A terceira fase é marcada pela regressão gradativa, até alcançar a recuperação.

Uma em cada cinco crianças pode apresentar problemas cardíacos; contudo, menos da metade apresentarão lesões permanentes. Entre elas encontram-se miocardite, cardiomegalia, arritmia e inflamação das artérias coronárias.

Quando há o comprometimento das artérias coronárias, podem surgir aneurismas que favorecem a concepção de coágulos. Estes, por sua vez, podem obstruir a passagem de sangue pelas coronárias e causar o infarto do miocárdio.

Não existem testes específicos para a confirmação do diagnóstico de DK. Este é basicamente clínico, baseando-se no quadro apresentado pelo paciente, devendo obedecer a critérios firmados pela American Heart Association. No entanto, determinados exames de sangue, urina e do coração podem indicar a manifestação da doença.

O tratamento inicial visa diminuir a inflamação e prevenir complicações. Geralmente, o tratamento é feito por meio da administração endovenosa de gamaglobulina e aspirina por via oral. Após findada a febre, são prescritas doses pequenas de  aspirina durante vários meses para prevenir o surgimento de coágulos e proteger contra o risco de lesões coronarianas.

Os casos de aneurismas cardíacos são tratados com anticoagulantes e aspirina. Quando se tratar de pequenos aneurismas, o tratamento restringe-se apenas à aspirina.

Fontes:
http://www.printo.it/pediatric-rheumatology/information/Brasil/6.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Síndrome_de_Kawasaki
http://www.scielo.br/pdf/abd/v84n4/v84n04a02.pdf
http://www.drauziovarella.com.br/Sintomas/5308/doenca-de-kawasaki
http://cuidadossaude.com/2010/06/doenca-de-kawasaki-causas-sinais-sintomas-tratamento/
https://web.archive.org/web/20101115130918/http://www.revistamedicaanacosta.com.br:80/9(4)/artigo_7.htm
http://www.scielo.br/pdf/jped/v78n1/v78n1a15.pdf

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