Invasões italianas na segunda guerra mundial

Por Luisa Rita Cardoso

Doutora em História (UDESC, 2020)
Mestre em História (UDESC, 2015)
Pós-graduada em Direitos Humanos (Universidade de Coimbra, 2012)
Graduada em História (UDESC, 2010)

Categorias: Segunda Guerra Mundial
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Sob o comando de Benito Mussolini, o regime fascista italiano ambicionava restabelecer um “Império Romano” na região do Mediterrâneo, e foi com esse propósito que a Itália coordenou suas invasões durante a Segunda Guerra Mundial. Itália e Alemanha eram aliadas desde a formação do Eixo Roma-Berlim, com assinatura de um tratado de amizade em 25 de outubro de 1936. Em 27 de setembro de 1940, com a assinatura do Pacto Tripartite, o Japão passou a fazer parte do Eixo.

Antes mesmo do início da Segunda Guerra Mundial, os italianos invadiram a Albânia, em 7 de abril de 1939. Tal ocupação combinada com a intervenção na Guerra Civil Espanhola e a invasão da Abissínia (Etiópia), em 1935, foram um prelúdio para a atuação italiana na Segunda Guerra Mundial.

Apesar da aliança com a Alemanha, o líder fascista hesitou em entrar na guerra após a invasão alemã da Polônia, pois reconhecia a deficiência de suas forças militares. Ainda assim, em 10 de junho de 1940, quando o governo francês se retirou de Paris diante da ocupação nazista, a Itália declarou guerra à França e à Grã-Bretanha, pois pretendia ampliar seu domínio no continente africano conquistando as colônias desses dois países.

Os italianos logo deram início às operações para conquista de parte da França. No mesmo mês em que declarou guerra, ocupou parte do território francês com que fazia fronteira. Em novembro de 1942, Itália e Alemanha iniciaram a ocupação da França de Vichy, manobra conhecida como Operação Anton. O Exército Real Italiano (Regio Esercito) ocupou a também a ilha de Córsega e entre dezembro de 1942 e a assinatura do armistício com os Aliados, em setembro de 1943, um governo militar italiano foi estabelecido a leste do Rio Ródano.

Ainda em 1940, no mês de setembro, o exército italiano cruzou a fronteira do Líbano com o Egito, então colônia britânica, dando início a Campanha Norte-Africana. Mas, se em dezembro de 1940 as forças italianas pareciam ser facilmente derrotadas, uma reorganização interna possibilitou um exército mais forte em 1941, o que prolongou os conflitos na região até maio de 1943, quando os Aliados derrotaram o Eixo no norte da África.

A partir de suas colônias na África Oriental (Somália italiana, Eritreia e Etiópia), os italianos atacaram os britânicos no Sudão, no Quênia e na Somália britânica. A invasão desta última foi um dos poucos sucessos italianos na Segunda Guerra Mundial que não contou com ajuda alemã. No entanto, o sucesso italiano foi curto e em novembro de 1941 os britânicos terminavam de expulsar as forças militares italianas da África Oriental, levando-a a perder seus domínios coloniais na região.

A partir da Albânia, a Itália invadiu a Grécia, iniciando assim a Guerra Greco-Italiana em 28 de outubro de 1940. Em algumas semanas, no entanto, os gregos conseguiram que os invasores recuassem suas tropas. Em março de 1941, as tropas britânicas chegaram à Grécia, ameaçando o domínio alemão sobre o óleo romeno. Isso fez com que os alemães ajudassem os italianos a invadir a Grécia pela Iugoslávia. Assim, em 6 e abril, teve início a invasão alemã daquele país, que se rendeu em 17 do mesmo mês aos italianos e alemães. No último dia de abril, foi a vez dos gregos se renderem. Um desfile sobre Atenas, capital grega, no dia 3 de maio marcou a vitória do Eixo e o país foi dividido entre Itália, Alemanha e Bulgária, que participara da invasão. Também nessa região, o domínio italiano só terminou com o armistício assinado com os Aliados.

Em 1943, derrotas militares no Norte e Leste do continente africano acabaram com a ilusão fascista de recriar o Império Romano. Tais derrotas levaram à queda de Mussolini, deposto e preso por ordens do rei Victor Emanuel III, e à divisão da Itália em duas zonas: ao norte, um Estado fantoche colaboracionista foi montado pelos alemães; já o sul, sob comando das forças monarquistas e liberais, passou ao lado dos Aliados.

Referências bibliográficas::
http://www.history.com/topics/world-war-ii/italian-campaign
https://en.wikipedia.org/wiki/Military_history_of_Italy_during_World_War_II
http://www.dw.com/pt-br/1936-constitui%C3%A7%C3%A3o-do-eixo-berlim-roma/a-310513
http://www.historynet.com/italy-in-world-war-ii.htm

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