Legiões romanas

Graduada em História (Udesc, 2010)
Mestre em História (Udesc, 2013)
Doutora em História (USP, 2018)

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O exército romano foi muito importante para a expansão e o desenvolvimento de Roma. Foi o exército o responsável por conquistar diversos povos, desde os gregos, aos cartagineses, sírios, egípcios, dentre tantos outros, que fizeram de Roma o Império mais extenso da antiguidade. Ainda antes de se tornar Império, quando Roma era apenas uma cidade antiga, sob um regime republicano, o exército já tinha a responsabilidade de proteger o território de invasões de povos que se localizavam nas proximidades, como os etruscos. Neste período compor as fileiras do exército romano era uma obrigação de todo homem maior de idade. Servir o exército, portanto, era um serviço compulsório e não remunerado, que se pautava no sentimento de pertencimento e identidade.

Com o processo de expansão romana foi preciso uma reorganização, inclusive, na forma de ingresso no exército. Foi nesta época que a profissionalização ocorreu, ou seja, servir ao exército passava a ser um trabalho remunerado, e não mais uma obrigação patriótica. Muitos eram os homens que voluntariamente procuravam o exército para servir, sem que fosse preciso obriga-los. Isso porque o serviço era bem remunerado em comparação aos demais serviços, garantindo alta procura.

Retrato de uma batalha entre legião romana e bárbaros, esculpido no Arco de Constantino, no centro de Roma. Foto: Cris Foto / Shutterstock.com

A legião é uma unidade do exército. A maior delas. Durante a república romana cada general ficava responsável por uma legião, e sobre ela tinha amplos poderes. Assim, os membros das legiões eram altamente fiéis aos generais, mais fiéis até que ao estado romano, especialmente porque eram os generais os responsáveis por distribuir porções de terra aos soldados quando estes entravam em reserva, garantindo (ou não) o futuro dos soldados. Essa relação estreita entre os generais e suas legiões fez com que eles ganhassem poder e força política, e que passassem a colocar suas legiões para disputar o poder central para si, levanto Roma a um contexto de guerras civis constantes. Júlio César, com o Primeiro Triunvirato Romano, buscou mediar a situação através de alianças políticas, e acabou governando Roma de forma ditatorial. Foi com Otávio (que se tornou Augusto, o Imperador) que se iniciou o Império Romano, abrindo um novo tempo para as legiões romanas, que se fortaleceram, aumentando significativamente o número de soldados.

Eram as legiões, espalhadas por todo o território, que garantiam a segurança e unidade do Império. Para manter o controle sobre os soldados foi preciso promover a disciplina, marca principal do exército romano. Por isso foi desenvolvido um sistema que atribuía penas caso fosse cometido algum delito e bônus no caso de destaque militar.

O Império Romano atingiu o seu ápice no século I, quando cada legião passou a contar com aproximadamente cinco mil homens, sendo a maioria romanos e uma pequena porção de auxiliares originários de cidades sob o domínio romano, que compunham especialmente a cavalaria. Os principais soldados eram protegidos com escudos, armaduras e capacete, garantindo ao máximo a sua proteção. Até os dias atuais o exército romano é inspiração para a formação de novos exércitos, seja pela disciplina, seja pelo pensamento estratégico que organizava as legiões.

Referência:

GIORDANI, Mario Curtis. História de Roma: A antiguidade Clássica II. Petrópolis, Ed. Vozes, 2001.

Arquivado em: Civilização Romana
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