Literatura Grega

Doutorado em Letras - Literatura e Língua Portuguesa (PUC-Rio, 2013)
Mestrado em Linguística, Letras e Artes (PUC-Rio, 2008)
Graduação em Jornalismo (PUC-Rio, 2001)

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A literatura grega antiga tem início com a criação da escrita, por volta do século VIII a.C, e divide-se em três períodos: arcaico (até o fim do século VI a.C.), clássico (séculos V e IV a.C.), e helenístico (a partir do século III a.C.).

O primeiro período retrata uma época em que os gregos já elaboravam poemas para serem cantados ou recitados. Os temas abordados eram principalmente os mitos, baseados em uma fusão da memória histórica com o folclore e a religião.

Com a evolução das manifestações literárias, surgem os épicos atribuídos a Homero, a Ilíada e a Odisseia, que narram históricas mitológicas, respectivamente sobre a Guerra de Troia e a Viagem de retorno do herói Ulisses (em grego, Odisseus).

Ainda na tradição épica, situa-se a poesia didática de Hesíodo (c. 700 a.C.), que abordou temas diferentes do antecessor Homero, como na Teogonia, que narra a genealogia dos deuses e dos mitos associados à criação do universo, valendo-se da influência mitológica do Oriente Médio.

Neste período, surgiram também os diversos tipos de poesia lírica, oriundos das ilhas do mar Egeu e da Jônia, no litoral da Anatólia.

Arquíloco de Paros (século VII a.C.) é conhecido como o primeiro poeta a utilizar a elegia de uma forma mais confessional, influenciando os sucessores também em aspectos formais (métrica).

A tradição dórica, por sua vez, contribuiu com a lírica coral, na qual os poemas eram recitados com acompanhamento musical.

No campo do teatro, a tragédia e a comédia têm origem na Grécia dórica por volta de 600 a.C.

No fim do século VII a.C., surgem os Códigos Legais, considerados a primeira manifestação em forma de prosa. No campo da Literatura, o primeiro representante foi Ferécides de Siros (c. 550 a.C.), que escreveu uma narrativa sobre a criação mitológica do mundo, seguido por Hecateu de Mileto (c. VI a.C.), que abordou a geografia do Mediterrâneo e terras próximas, e o lendário Esopo (c. VI a.C.), que teria escrito uma série de fábulas de sentido moral que, posteriormente, foram copiadas por outros autores.

No segundo período, o Clássico, os gêneros literários atingiram seu ápice, com as tragédias de Sófocles, Ésquilo e Eurípides, as comédias de Aristófanes e a lírica coral de Píndaro.

Ademais, foi um período bastante prolífico para a retórica e a oratória, com o desenvolvimento de técnicas de retórica que eram objeto de estudo para advogados, filósofos e políticos. A prosa histórica, à semelhança dos demais gêneros, também atingiu a maturidade nesse período.

No campo da Filosofia, as obras de Platão e Aristóteles, que datam do século IV a.C., são consideradas os mais importantes produtos da cultura grega na história do pensamento ocidental.

O último período, helenístico ou greco-romano, ocorreu no império de Alexandre, o Grande, no qual gregos e macedônios compunham a classe dominante, instaurando o grego como a língua oficial da administração.

Com o declínio das cidades-estados, a criação artística passou a depender do patrocínio privado e, com exceção da comédia ateniense, as demais obras eram dirigidas a um público limitado e seleto, o que terminou por elitizar a literatura.

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