Eudicotiledôneas

Doutorado em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente (Instituto de Botânica de São Paulo, 2017)
Mestrado em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente (Instituto de Botânica de São Paulo, 2012)
Graduação em Biologia (UNITAU, 2006)

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As eudicotiledôneas são formadas por cerca de 200.000 espécies de plantas. Fazem parte deste grupo as árvores, arbustos e muitas ervas, tendo como exemplo o ipê-amarelo, o feijão, a soja e o cacto. Essas plantas pertenciam ao grupo das dicotiledôneas, porém análises filogenéticas o desmembraram por não ser monofilético. Com isso, a maior parte das espécies foram classificadas em eudicotiledôneas (o prefixo “eu” significa “verdadeiro”). As plantas remanescentes apresentam características mais primitivas, por isso a maioria delas foi incorporada no grupo das magnoliídeas, que inclui a família do louro, da pimenta, do papo-de-peru e da magnólia.

Apesar da grande diversidade morfológica, a maioria das espécies apresentam determinadas características que são importantes para a identificação dos indivíduos deste grupo. Uma das mais acentuadas é a presença de dois cotilédones no interior de suas sementes. O cotilédone é a primeira folha de um embrião, podendo se comportar como órgão de reserva, órgão fotossintético ou ter função de absorção. Em muitas eudicotiledôneas, a maior parte das reservas localizadas no endosperma são absorvidas durante o desenvolvimento do embrião. Logo, essas espécies possuem cotilédones grandes, carnosos e com função de armazenamento de nutrientes, que serão utilizados pelo embrião durante a germinação. Entretanto, existem eudicotiledôneas que apresentam uma grande quantidade de endosperma, como no caso da mamona. Para essa espécie, os cotilédones são finos e membranáceos. Esses cotilédones atuam na absorção das reservas do próprio endosperma, no decorrer da retomada do crescimento do embrião.

As nervuras nas folhas são formadas principalmente pelo tecidos condutores, xilema e floema, e apresentam um padrão de distribuição. Nas eudicotiledôneas, as folhas geralmente são reticuladas, isto é, as nervuras se ramificam formando uma rede (Figura 1).

Figura 1 – Folhas de ameixa, uma eudicotiledônea. Observar a distribuição das nervuras. Foto: Tim UR / Shutterstock.com

Em relação ao sistema radicular, nessas plantas usualmente são do tipo pivotante ou axiais (Figura 2). Nesse sistema, há uma raiz primária ou principal muito desenvolvida, que se destaca das suas ramificações. Essa raiz pode penetrar profundamente no solo, sendo que a partir dela são formadas as raízes laterais, que também se ramificam.

Figura 2 – Tomate, planta com sistema radicular do tipo pivotante. Foto: Ailisa / Shutterstock.com

No caule da maioria das eudicotiledôneas, os feixes vasculares podem ser distribuídos de duas maneiras: aparecem como um cilíndrico oco, quase contínuo ao tecido fundamental, ou os feixes se mostram como um cilíndrico de cordões isolados, separados pelo tecido fundamental (Figura 3). Nessas plantas ocorre o crescimento do caule em espessura, denominado de crescimento secundário. Os tecidos responsáveis por este crescimento são os meristemas laterais chamados de câmbio vascular e felogênio.

Figura 3 – Corte transversal do caule de uma eudicotiledônea. Observar a distribuição dos feixes vasculares pelo tecido fundamental. Foto: Mike Rosecope / Shutterstock.com

As flores geralmente são tetrâmeras ou pentâmeras, ou seja, suas partes são compostas por números múltiplos de quatro ou cinco (ex: quatro estames, quatro ou oito pétalas, etc.) (Figura 4). Este valor usualmente é mantido no número de pétalas e sépalas, sendo que o número de estames e carpelos tendem a sofrer uma maior variação. Os grãos de pólen nas eudicotiledôneas na maioria das vezes são trissulcados, ou seja, apresentam três aberturas.

Figura 4 – Flores de plantas eudicotiledôneas. (A) Flor do hibisco, que apresenta padrão pentâmero. (B) Flor do rabanete, que apresenta padrão tetrâmero. Fotos: Byron Ortiz (A), Saengtong (B) / Shutterstock.com

Referências bibliográficas:

Raven, P.; Evert, R.F. & Eichhorn, S.E. 2007. Biologia Vegetal. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 830 p.

Souza, L.A. 2009. Morfologia e anatomia vegetal: células, tecidos órgãos e plântula. Ponta Grossa: Ed. UEPG, 259 p.

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