Muralha do Atlântico

Doutora em História (UDESC, 2020)
Mestre em História (UDESC, 2015)
Pós-graduada em Direitos Humanos (Universidade de Coimbra, 2012)
Graduada em História (UDESC, 2010)

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Muralha do Atlântico foi o nome dado à estrutura de defesa naval construída pelos nazistas na costa atlântica da Europa. Com cerca de 2.700 km, a "Muralha" iniciava na fronteira entre Espanha e França e se estendia até a Noruega e tinha como objetivo proteger as zonas ocupadas pelos nazistas de um ataque Aliado por mar. Em 23 de março de 1942, Hitler, em sua Diretiva nº 40, deu ordens para o início da construção dessa linha de defesa, que se prolongou até 1944.

Inicialmente, as construções concentravam-se nas áreas portuárias onde os U-boats (submarinos) e outras embarcações da Marinha alemã (Kriegsmarine) estavam concentrados. Os maiores esforços foram colocados na costa francesa, que os nazistas acreditavam ser o lugar mais suscetível a uma invasão Aliada. Eles estavam certos, pois em 6 de junho de 1944 os Aliados desembarcaram na Normandia, acontecimento conhecido como “Dia D”.

Foram estabelecidos três diferentes níveis de proteção, sendo as cidades portuárias mais estratégicas como Antwerp, na Bélgica, aquelas mais massivamente fortificadas. Locais considerados de importância secundária, como portos menores e estações de radar, foram protegidos por estruturas menores e, num terceiro nível, bunkers e armas de médio calibre faziam a defesa.

Estima-se que mais de 260 mil trabalhadores participaram da construção da Muralha do Atlântico, dirigida pela Organisation Todt, empresa de engenharia criada no Terceiro Reich pelo alemão Fritz Todt, e por Albert Speer, Ministro do Armamento nazista. Boa parte da força de trabalho utilizada nas obras foi de prisioneiros forçados a trabalhar.

Erwin Rommel, importante oficial nazista conhecido como “a raposa do deserto” por sua atuação militar no norte da África, foi encarregado, em 1944, do comando da Muralha, e investiu no fortalecimento das estruturas de defesa, adicionando obstáculos anti-veículos conhecidos como “dentes de dragão”, novos postos de artilharia e cerca de 6 milhões de minas terrestres.

A construção da Muralha do Atlântico é até hoje um tema delicado na França, pois muitas empresas do setor de construção civil cresceram no período devido à realização das obras, o que é mal visto por parte da sociedade que se envergonha da colaboração francesa com os nazistas. Além disso, milhares de franceses foram forçados a trabalhar nas construções devido a acordos feitos entre o governo francês de Vichy e os alemães.

Referências:
http://www.historylearningsite.co.uk/world-war-two/world-war-two-in-western-europe/france-during-world-war-two/the-atlantic-wall/

http://militaryhistorynow.com/2014/06/04/the-atlantic-wall-11-amazing-facts-about-the-nazi-defences-at-normandy/

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