Beija-flor

Graduada em Ciências Biológicas (USU, 2009)

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Os beija-flores, também chamados de colibri, são aves estudadas por ornitólogos, pertencem à família Trochilidae, já foram descritas aproximadamente 330 espécies. Estas aves podem ser encontradas desde o Alasca até a Terra do Fogo, porém predominam próximo a linha do Equador, são aves exclusivas do continente americano e mais da metade de seus exemplares no Brasil.

As características básicas destes animais são: o bico fino, longo e tubular, língua extensível e bifurcada, seu pequeno tamanho, seu leve peso, na maioria das vezes com sua plumagem iridescente (cores vibrantes), suas asas fortes que lhe permitem plainar no ar e seu grande coração. O coração dos beija-flores representa entorno de 20% do peso de seu corpo, a explicação para tal é a necessidade na eficácia da circulação sanguínea que leva oxigênio para as células e permite a liberação da glicose para ser gasto na forma de ATP, assim como é imprescindível à eficiência no processo respiratório para que ambos permitam o voo do animal, pois este pode chegar a bater as asas 200 vezes por segundo (beija-flores menores).

Beija-flor. Foto: Rosalie Kreulen / Shutterstock.com

É a única ave que consegue realizar o voo para trás, podendo ainda realizar voos para cima, para baixo, reto e para os lados, além de parar no ar e permanecer pelo tempo que desejar. Pesquisas realizadas e publicadas no The Journal of Experimental Biology em conjunto com pesquisadores dos EUA, Panamá e Alemanha relataram que o voo para trás nos beija-flores são tão naturais e fáceis de serem realizados quanto o voo para frente.

A alimentação destes animais consiste basicamente em pequenos invertebrados (insetos, como aranhas, formigas, moscas) e o néctar das flores. Podem realizar grandes migrações em épocas de escassez de alimento, podendo viajar por mais de 100 km. Durante a muda, aumentam o consumo de invertebrados, pois o consumo de proteínas é importante na fabricação de novas penas com cores vibrantes. A interação entre os beija-flores e as plantas originou diversas especializações para ambos os organismos, de modo que alguns estudos associam correspondência entre a morfologia de estruturas florais com a morfologia destas aves. Os agentes polinizadores são extremamente importantes para a reprodução das plantas que necessitam destes animais na dispersão e captura do pólen.

Beija-flor-abelha, menor beija-flor do mundo (Mellisuga helenae). Foto: Melinda Fawver / Shutterstsock.com

Durante o período reprodutivo o macho realiza voos bem próximos à fêmea que deseja acasalar para mostrar sua plumagem e sua destreza no ar, enquanto a fêmea assiste o cortejo e decide se aceita aquele macho ou não. Os beija-flores são poligâmicos, ou seja, um macho tentará se reproduzir com mais de uma fêmea. Os ninhos e o cuidado parental são feitos exclusivamente pela fêmea, que utiliza pequenos ramos, musgos, plumagem e até teia de aranha para construí-lo.

O menor beija-flor do mundo mede 5 centímetros de comprimento ao todo e é encontrado em Cuba, chama-se Beija-flor-abelha, sua cauda e bico são maiores do que o corpo. Enquanto o maior beija-flor já encontrado mede 20 centímetros é encontrado nos Andes (América do Sul) e foi nomeado de beija-flor-gigante. No Brasil, os maiores beija-flores são encontrados na Amazônia e não chegam a medir 20 centímetros.

Bibliografia:

Guia das Aves – Parque Natural Municipal da Atalaia. Disponível Online.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Nova Fronteira - Rio de Janeiro. 1997.

SAPIR, Nir. DUDLEY, Robert. Backward flight in hummingbirds employs unique kinematic adjustments and entails low metabolic cost. Disponível em: http://jeb.biologists.org/content/215/20/3603. Acessado em: 16/01/2018.

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