Gametófito e esporófito

Doutorado em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente (Instituto de Botânica de São Paulo, 2017)
Mestrado em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente (Instituto de Botânica de São Paulo, 2012)
Graduação em Biologia (UNITAU, 2006)

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As plantas apresentam em seu ciclo de vida uma alternância de gerações. O gametófito e esporófito são os correspondentes, respectivamente, das fases haploide e diploide deste ciclo. Uma célula haploide possui apenas um conjunto de cromossomos (n), enquanto uma célula diploide tem dois conjuntos (2n). A produção de gametas está localizada no gametófito, onde o gameta masculino se une ao gameta feminino para formar o zigoto, que dará origem ao esporófito. Através da meiose, o esporófito produz os esporos, que irão originar novos gametófitos, completando o ciclo. A importância de cada uma das fases varia de acordo com o grupo de planta.

No caso das briófitas, a geração gametofítica é a mais desenvolvida. Quando maduros, os gametófitos produzem os gametas masculinos, que nadam em meio líquido até encontrarem os gametas femininos. O zigoto formado com a fecundação é diploide, a partir do qual irá se desenvolver o esporófito, que cresce em cima do gametófito e depende da sua nutrição para sobreviver. O ciclo de vida das briófitas está ilustrado na figura 1.

Figura 1 – Esquema do ciclo de vida de uma briófita. Ilustração: Kazakova Maryia

A partir do surgimento das plantas vasculares, o esporófito passa a ser a fase dominante. Nas plantas vasculares sem sementes, os esporos são livres, sendo sintetizados em regiões chamadas de esporângios. Ao atingirem um substrato adequado, germinam e originam o gametófito. O gametófito é pouco desenvolvido e contribui para a nutrição do esporófito apenas no início do seu crescimento. Com a formação de raízes e folhas, o esporófito não depende mais do gametófito, o qual regride. Como exemplo de uma planta deste grupo, o ciclo de vida de uma samambaia está ilustrado na figura 2.

Figura 2. Esquema do ciclo de vida de uma samambaia. Ilustração: Kazakova Maryia / Shutterstock.com [adaptado]

Nas gimnospermas, o gametófito feminino é chamado de saco embrionário e está inserido dentro de um óvulo. Em muitas espécies, as estruturas reprodutivas estão organizadas em estróbilos, popularmente conhecidos como pinhas ou cones. O gametófito masculino é chamado de grão de pólen e é transportado até uma outra planta para que ocorra a fecundação. O grão de pólen germina e forma o tubo polínico, o qual transporta o gameta masculino ao encontro da oosfera, originando o zigoto. Este se desenvolve no embrião, que permanece protegido dentro de uma semente. Vale destacar que nesse grupo de plantas não ocorre a formação de frutos. Como exemplo, o ciclo de vida de um pinheiro está ilustrado na figura 3.

Figura 3. Ciclo de vida do pinheiro, uma conífera. Ilustração: Kazakova Maryia / Shutterstock.com [adaptado]

Já nas angiospermas, o óvulo se encontra dentro de um ovário. Logo, após a fecundação, o ovário (e em certas situações outras estruturas florais adicionais) cresce, originando o fruto, dentro do qual encontra-se a semente, formada a partir do desenvolvimento do óvulo. Como exemplo, o ciclo de vida de uma angiosperma está ilustrado na figura 4.

Figura 4. Ciclo de vida de uma angiosperma. Ilustração: Kazakova Maryia / Shutterstock.com

Referência bibliográfica:

Raven, P.; Evert, R.F. & Eichhorn, S.E. 2007. Biologia Vegetal. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 830 p.

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