Mutualismo

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O mutualismo é uma relação ecológica onde há a associação de duas espécies, que obtêm para si benefícios. Ocorre entre indivíduos de espécies diferentes, ou seja, é uma relação interespecífica.

Pode ser classificado como mutualismo facultativo (também chamado e protocooperação) ou como mutualismo obrigatório.

Mutualismo facultativo

Nesta associação, as espécies envolvidas trocam benefícios, mas podem viver separadas umas das outras. Um clássico exemplo desta relação é o caso dos crustáceos do gênero Pagurus, conhecidos como caranguejos-eremita, e algumas espécies de anêmonas-do-mar.

O caranguejo-eremita, diferentemente dos demais caranguejos, não possui uma carapaça rígida na região de seu delicado abdome. Para se proteger, ocupa conchas abandonas por caramujos que, comumente, estão fixadas as anêmonas-do-mar. Abrigando-se nas conchas, os caranguejos protegem-se contra predadores, graças aos tentáculos dotados de células urticantes das anêmonas, que podem queimá-los. As anêmonas, por sua vez, são compensadas pela mobilidade do caranguejo e também se aproveitam dos restos de alimento dele.

Caranguejo-eremita. Foto: jbutcher / Shutterstock.com

Estes animais, embora possam viver separados, são encontrados em associação frequentemente.

Outro exemplo de protocooperação é observado entre mamíferos como capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris), búfalos e rinocerontes e aves que se alimentam de carrapatos. As aves, sobre o corpo destes mamíferos, se alimentam dos carrapatos, proporcionando a eles a retirada destes parasitas que lhes causam incômodo.

Crocodilos e aves também podem apresentar uma relação parecida: os crocodilos permitem que estas aves entrem em sua boca para a remoção de detritos e sanguessugas, o que garante a eles conforto e, às aves, alimento.

Mutualismo obrigatório

No mutualismo obrigatório, também chamado de simbiose, as espécies associadas dependem permanentemente uma da outra, não conseguindo sobreviver sem a presença do outro indivíduo. É o caso de certas espécies de cupins e protozoários: os protozoários, que vivem exclusivamente no intestino do cupim, digerem a celulose que é ingerida na madeira por ele, mas que não é capaz de digerir.

A micorriza, que é a associação entre algumas espécies de fungos e raízes de certas espécies de plantas, é também um caso de mutualismo obrigatório. As hifas do fungo penetram na raiz da planta, obtendo desta açúcares como glicose e sacarose para sua nutrição. Em troca, fornecem à planta água e sais minerais que são extraídos do solo.

Os líquens são outro exemplo deste tipo de relação. Nesta associação, vivem juntas determinadas espécies de algas ou bactérias fotossintetizantes e certas espécies de fungos. Os fungos propiciam às algas ou às bactérias água e nutrientes absorvidos do meio, enquanto as bactérias ou as algas lhes fornecem os açúcares produzidos na fotossíntese.

Nós, seres humanos, também vivemos em uma associação simbiótica com bactérias que vivem em nosso organismo. Dentre as funções que estas nos desempenham, estão o auxílio na digestão e na absorção de nutrientes, produção de vitaminas, ácidos graxos, ômega-3, inativação de toxinas, regulação do nosso sistema de defesa e regulação do açúcar sanguíneo e pressão arterial. Em troca, garantem para si, em nosso organismo, alimento e abrigo.

Referências:

AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia das Células 1. 4ª edição. São Paulo: Editora Moderna, 2015.

BELLO, Ariela. Intestino – Como e por que cuidar. Disponível em: < http://asaudesimples.com.br/2014/05/06/intestino-como-cuidar/>. Acesso em 02 dez. 2016.

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