Mal de Alzheimer

Por Diego Marques Moreira

Mestre em Neurologia / Neurociências (UNIFESP, 2019)
Especialista em Farmácia clínica e atenção farmacêutica (UBC, 2019)
Graduação em Farmácia (Universidade Braz Cubas, UBC, 2012)

Categorias: Doenças
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O Mal de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva irreversível, que acarreta a perda de memória e diversos distúrbios cognitivos. Em geral, o primeiro aspecto clínico é a deficiência da memória recente, enquanto as lembranças remotas são preservadas até determinado ponto da doença. Até o momento não foi encontrada nenhuma evidencia farmacológica que seja efetiva para a cura da doença porém existem tratamentos farmacológicos capazes de regredir o avanço da doença, portanto quanto mais cedo for detectada a doença melhor o aproveitamento do tratamento.

De acordo com alguns estudos, a doença de Alzheimer atinge 10% dos idosos com mais de 65 anos e 40% dos idosos com mais de 80 anos. Estima-se que até 2050, 25% da população chegará a idade maior que 65 anos fazendo assim que a doença atinja proporções cada vez maiores.

A doença de Alzheimer é caracterizada pela morte neuronal nas regiões cerebrais que são o córtex cerebral, hipocampo, córtex entorrinal e estriado ventral. Portadores de Alzheimer incluem depósitos fibrilares amiloidais que são localizados nas paredes dos vasos sanguíneos que se associa a variedades de diferentes placas senis. O acúmulo de filamentos anormais da proteína tau, a formação de novelos neurofibrilares, perdas de neurônios e de sinapses, a ativação da glia e a inflamação também são comuns. A cascata amilóide é responsável pela neurodegeneração e iniciada por uma clivagem proteolítica que produz agregação e deposição da substância amilóide e placa senis. O cérebro de pacientes com Alzheimer apresenta degeneração dos neurônios colinérgicos, e neste processo ocorre a redução destes marcadores.

A colina, acetiltransferase e acetilcolinesterase têm sua atividade reduzida no córtex cerebral dos pacientes. Os pacientes portadores de Alzheimer têm uma redução da atividade da acetilcolinesterase no córtex frontal e parietal que foi inicialmente relacionada à demência, à quantidade de placas senis e NFT e à morte precoce desses pacientes.

Há vários tipos de diagnósticos psiquiátricos onde se é diagnosticado a demência dos pacientes com Alzheimer e alguns outros transtornos psiquiátricos devem ser descartados no momento do diagnóstico, como o declínio cognitivo antes de se averiguar o resultado da demência.

Pacientes com depressão possuem maior risco de desenvolver demência, existem evidências de que a depressão pode constituir o pródromo que é considerado um fator de risco para a demência.

A análise de rotina do LCR (líquido cefalorraquidiano) pode ser útil na identificação de causas específicas de demência, especialmente infecções do sistema nervoso central e doenças neoplásicas e inflamatórias. Para o diagnóstico da doença também são utilizados exames de neuroimagem como, tomografia computadorizada e ressonância magnética de crânio que auxiliam na avaliação de outras possíveis causas de demência.

A primeira fase da doença é a amnésia, esta manifestação é considerada a mais importante no inicio da doença, e somente com a ressonância magnética de alta resolução que podemos ver a atrofia da formação do hipocampo, parte do córtex entorrinal observando as alterações neuropatológicas da doença neste estágio.

Também é usado o eletroencefalograma que tem uso estabelecido no método diagnóstico para auxiliar nos diagnósticos de demência, e quando o diagnóstico permanece aberto após avaliações iniciais, na suspeita de Alzheimer os exames EEG mostram algumas alterações significativas o EEG é recomendado apenas para que seja um exame feito rotineiramente no auxílio e na avaliação de demências e encefalopatias.

Leia também:

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