Sequelas da COVID-19

Graduado em Ciências Biológicas (UNIFESO, 2014)

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O COVID-19, doença causada pelo o vírus novo coronavírus (Sars-CoV-2), além de poder levar ao óbito pode deixar sequelas nos sobreviventes.

A sequela que foi primeiramente observada foi a fibrose pulmonar. Ocorre principalmente em pacientes que passaram pela forma grave da doença na parte respiratória e precisaram de respiração mecânica. A fibrose consiste no endurecimento de tecidos que constituem os pulmões que tem origem na cicatrização desses tecidos por causa da resposta inflamatória que o organismo teve como medida de combate ao vírus. Isso faz com que o tecido fique mais grosso, atrapalhando o movimento pulmonar para a entrada de ar e pode tornar espessa também a membrana que faz a troca gasosa entre os capilares e o meio externo, deixando a pessoa com dificuldades de respirar e com fadiga, principalmente ao realizar exercícios físicos.

O coração e os rins também são afetados pelo o vírus, podendo ter problemas permanentes devido a excessiva resposta inflamatória. No caso dos rins pode levar a insuficiência renal que pode evoluir para o óbito.

No sistema nervoso central é afetado pela inflamação e pela espessura do sangue. No caso da inflamação pode culminar na síndrome de Guillain-Barré, que é perda parcial da bainha de mielina nos neurônios, o que causa fraqueza muscular que evolui para redução ou ate mesmo perda dos reflexos. O parênquima do encéfalo em algumas pessoas que tiveram COVID-19 também vem apresentando inflamação (encefalite). Além disso os acidentes vasculares cerebrais (AVC) podem acontecer pela a coagulação elevada que o Sars-CoV-2 provoca e leva ao tromboembolismo venoso, uma vez que o sangue tem sua espessura muito grossa. Os vasos sanguíneos entopem dificultando a passagem sanguínea, ou mesmo se rompem, causando defasagem na irrigação sanguínea em algumas partes do cérebro.

O sangue mais grosso no organismo contribui para a morte celular, causando necrose nas exterminadas do corpo como os dedos, principalmente os dos pés.

Os olhos podem também apresentar sequelas da doença, uma vez que causa inflamação no tecido da conjuntiva pode causar hemorragia. Essa conjuntivite tem uma boa evolução quando tratada como outras conjuntivites de causas virais.

Anosmia (perda do olfato) e ageusia (perda do paladar) são sintomas e também sequelas deixadas pelo coronavírus. Foto: Zay Nyi Nyi / Shutterstock.com

É muito comum os pacientes apresentarem problemas de olfato (anosmia) e paladar (ageusia), demorando em torno de 60 dias esses sentidos retornarem ao normal. Nesse período, ficam distorcidos e muitas das vezes inexistentes pois no olfato ele age atacando células neurológicas responsáveis por transmitir a informação do cheiro. No paladar, as células das papilas gustativas, que são compostas por 3 tipos, que podem ser infectados pelo o vírus. O paladar geralmente é recuperado mais rápido em comparação ao olfato, pois essas células se regeneram em torno de 10 a 14 dias. Entretanto, há relatos de pacientes que continuam com esses sentidos prejudicados mesmo depois de vários meses após a infecção.

Para os doentes que necessitaram da respiração mecânica e precisaram ser entubados por um longo tempo, imóveis e desacordados no leito, outras sequelas podem ser apresentadas como atrofia muscular, tanto para locomoção ou para respiração, pois esses músculos não trabalhavam por muito tempo e a pessoa pode precisar da ajuda de um profissional de fisioterapia para a reabilitação.

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