Resveratrol

Por Juliana Pires

Graduação em Farmácia e Bioquímica (Uninove, 2010)

Categorias: Farmacologia
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Com o passar dos tempos, pode-se observar o maior interesse da população pelos alimentos funcionais. As inúmeras vantagens, aliadas às funções nutricionais que apresentam, alavancaram o consumo desses ingredientes, que estão sendo associados à redução do risco para doenças crônicas degenerativas, além da prevenção ao envelhecimento da pele.

O resveratrol (3,5,4’-trihidroxi-droxiestilbeno) é uma fitoalexina polifenólica, composto fenólico do tipo estilbeno, pertencente à classe dos polifenóis não flavonoides.

Fonte

Está presente em uma variedade de plantas e produtos derivados, como nas frutas vermelhas e amendoim, mas principalmente na pele da uva e vinho tinto. A concentração está relacionada à cor da casca da uva, onde uvas que apresentam a casca escura possuem mais resveratrol. Já o suco de uva deve ser integral, ou seja, com a casca, ou produzidos artesanalmente com as uvas inteiras e não coados.

Tanto no vinho, quanto no suco de uva, as concentrações são variáveis, pois dependem da variedade da uva, cultivo e condições ambientais. As fontes nacionais apresentam elevados níveis de resveratrol.

Estudos mostram que este composto apresenta vários benefícios à saúde, por apresentar propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, cardioprotetoras, anticâncer, quimiopreventivas, neuro protetoras, além de ser preventivo para o diabetes.

Origem

Foi observando os franceses que se deu origem a busca pelos benefícios do resveratrol. Embora que os franceses apresentam os mesmos níveis de colesterol sérico que os americanos, a taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares correspondem a apenas um terço da população americana, fato que ficou conhecido como o “paradoxo francês”. Assim, alguns pesquisadores passaram a atribuir a circunstância ao hábito francês de consumir o vinho durante as refeições.

Ação e função

Atua na neutralização de radicais livres, reduzindo o estresse oxidativo e, consequentemente, a inflamação:

O estresse oxidativo ocorre quando há a perda do equilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio na célula e, do sistema protetor, que atua removendo o excesso ou promovendo o reparo causado por estes. O excesso de radicais livres causa alterações fisiológicas, resultando em doenças crônicas e degenerativas, no envelhecimento e câncer.

Desta forma, quando exposto a situações de estresse, como em infecções e radiação ultravioleta, o resveratrol tem sua concentração aumentada, promovendo benefícios celulares e funcionais.

Ação cardioprotetora, ao inibir a agregação plaquetária, estresse oxidativo, modulação dos níveis de colesterol e redução de peso:

Tem ação sobre o colesterol sérico, promovendo o aumento do colesterol HDL, reduzindo os níveis do colesterol LDL, além de diminuir a agregação plaquetária. Com isto, auxilia na prevenção da obstrução das artérias. Também, atuam na redução da inflamação aterosclerótica.

Promove o aumento dos níveis do hormônio leptina, conhecido como o hormônio da saciedade, que atua diminuindo o apetite, auxiliando na redução do peso.

Preventivo para o diabetes:

São capazes de reduzir a resistência à insulina, melhorando a sua sensibilidade.

Preventivo para o câncer:

Estudos relacionam o consumo do resveratrol com a inibição da proliferação de células cancerígenas e indução de apoptose dessas células.

Foto envelhecimento:

Devido a sua propriedade antioxidante, ao combater os radicais livres, o resveratrol é utilizado no tratamento do envelhecimento da pele. Atua de forma similar a vitamina C, prevenindo a formação dos radicais livres, originados através de fontes poluentes, raios solares, alimentação inadequada, além de outros fatores. Está presente nas formulações de cosméticos e nutricosméticos, utilizados para este fim.

Farmacocinética

Em humanos, após ser consumido o resveratrol é absorvido, atingindo concentrações plasmáticas entre 30 a 60 minutos. Sofre metabolização pelas células intestinais e hepáticas, gerando os metabólitos resveratrol-3-glucurónido e resveratrol-3-sulfato, representando as principais formas circulantes no plasma. Após, os metabólitos sofrem distribuição, principalmente para o coração, fígado e rins, onde é excretado.

Dose

Não existe uma recomendação específica, mas os estudos mostram que o consumo regular de vinho tinto e suco de uva, associado a alimentação rica em frutas e vegetais, incluindo as uvas roxas, reduz o risco para várias doenças. Na forma de cápsulas, a dose diária pode variar entre 15 a 20mg e, 250ml para suco de uva ou vinho tinto.

Bibliografia

ALBERTONI, G. Resveratrol desempenha importante papel no mecanismo de proteção na doença renal - mini-revisão. J. Bras. Nefrol. vol.37 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2015. Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0101-28002015000100106&script=sci_arttext&tlng=pt>.

LEAL, J.B et al. Resveratrol: composição química e seus benefícios à saúde. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo. Suplementar 1. v.11. n.67. p.620-629. Jan./Dez. 2017. ISSN 1981-9919. Disponível em <http://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/598>.

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