Vitamina B1

Graduada em Ciências Biológicas (Unifesp, 2013)

Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição:


Ouça este artigo:

A vitamina B1 (tiamina) faz parte do grupo de vitaminas que formam o complexo B. Anteriormente ela era categorizada como uma vitamina a parte e era chamada de vitamina F, no entanto posteriormente devido suas características químicas e funções biológicas, foi agrupada no conjunto vitamínico do complexo B.

Estruturalmente é composta por um grupamento tiazol e uma pirimidina formando a vitamina Tiamina. Certos microrganismos são capazes de sintetiza-la naturalmente, como algumas bactérias, protozoários e fungos. Algumas plantas também têm maquinaria necessária para sua biossíntese. Os animais, no entanto, precisam obtê-la da alimentação pois mesmo que a microbiota seja capaz de sintetiza-la naturalmente, isso não acontece em quantidade suficientes para suprir as necessidades do organismo.

Mólecula de vitamina B1 (tiamina)

A absorção da tiamina acontece no intestino delgado, onde ela geralmente é liberada conjugada a grupamentos fosfato (Tiamina-difosfato). Após ser hidrolisada pelas enzimas fosfatases, a tiamina livre é capaz de se ligar a receptores específicos e ser internalizada ativamente pelas células entéricas. Quando em concentração muito alta é possível que elas também entrem passivamente, no entanto em quantidades diárias acima de 5 mg, a eficiência de absorção cai substancialmente.

A maior parte a tiamina é estocada no fígado, mas também há estoques nos músculos, ossos, rins e cérebro. A forma livre da tiamina também pode ser encontrada no plasma sanguíneo. No interior das células a tiamina age como uma coenzima no metabolismo de aminoácidos e glicose que geram ATP para a célula, portanto a tiamina é uma molécula importante para o suprimento energético celular.

As fontes de vitamina B1 são: grãos integrais como arroz, cereal, trigo; carne de porco, fígado, peixe, ovo, queijo; couve-flor, espinafre, beterraba e verduras amargas e frutas tais como maça, limão, tomate e jaca.

Falta de vitamina B1

A hipovitaminose B1 pode levar a doenças como a encefalopatia de Wernicke (que incluem sintomas de oftalmoplegia, confusão mental e ataxia), síndrome de Korsakoff (que inclui amnésia e desorientação) e também a beribéri (que inclui sintomas como perda de peso, fraqueza, dor nos membros, batimento cardíaco irregular, edemas, inflamação, neuropatias e distúrbios emocionais). Além de ser causada pela baixa ingestão de vitamina B1, a hipovitaminose também pode ser causada por pacientes cuja absorção da vitamina é prejudicada com em pessoas com dependência de álcool, com vômitos frequentes, com problemas gastrointestinais, dependentes químicos e HIV positivos. Em todos os casos, como a tiamina é uma importante coenzima na geração de ATP celular, é compreensível que sua falta seja bastante crítica principalmente para células onde têm maior participação como as células nervosas, musculares e cardíacas.

Hipervitaminose B1

Já o excesso de vitamina B1 raramente causa efeitos adversos. Cientistas observaram que como a absorção da tiamina cai consideravelmente em concentrações maiores que 5 mg/dia e também, sendo uma vitamina hidrossolúvel, sua excreção acontece de maneira rápida, bem como o tempo de meia-vida da tiamina é curto, é raro que a tiamina tenha efeitos tóxicos ao organismo. Apenas efeitos alérgicos podem ser observados em alguns casos de consumo excessivo de vitamina B1.

Referencias:

Combs, G. F. Jr. (2008). The vitamins: Fundamental Aspects in Nutrition and Health (3rd ed.). Ithaca, NY: Elsevier Academic Press. ISBN 978-0-12-183493-7

Bettendorff L.; Mastrogiacomo F.; Kish S. J.; Grisar T. (1996). "Thiamine, thiamine phosphates and their metabolizing enzymes in human brain". J. Neurochem. 66 (1): 250–258. doi:10.1046/j.1471-4159.1996.66010250.x. PMID 8522961

Webb, ME; Marquet, A; Mendel, RR; Rébeillé, F; Smith, AG (2007). "Elucidating biosynthetic pathways for vitamins and cofactors". Nat Prod Rep. 24 (5): 988–1008. doi:10.1039/b703105j. PMID 17898894.

Jump up ^ Begley, TP; Chatterjee, A; Hanes, JW; Hazra, A; Ealick, SE (2008). "Cofactor biosynthesis—still yielding fascinating new biological chemistry". Current Opinion in Chemical Biology. 12 (2): 118–125. doi:10.1016/j.cbpa.2008.02.006. PMC 2677635 Freely accessible. PMID 18314013

Mahan, L. K.; Escott-Stump, S., eds. (2000). Krause's food, nutrition, & diet therapy (10th ed.). Philadelphia: W.B. Saunders Company. ISBN 0-7216-7904-8.

Combs, G. F. Jr. (2008). The vitamins: Fundamental Aspects in Nutrition and Health (3rd ed.). Ithaca, NY: Elsevier Academic Press. ISBN 978-0-12-183493-

Hayes KC, Hegsted DM. Toxicity of the Vitamins. In: National Research Council (U.S.). Food Protection Committee. Toxicants Occurring Naturally in Foods. 2nd ed. Washington DCL: National Academy Press; 1973.

< https://ods.od.nih.gov/factsheets/Thiamin-HealthProfessional/ > acessado em 02/12/17

AVISO LEGAL: As informações disponibilizadas nesta página devem apenas ser utilizadas para fins informacionais, não podendo, jamais, serem utilizadas em substituição a um diagnóstico médico por um profissional habilitado. Os autores deste site se eximem de qualquer responsabilidade legal advinda da má utilização das informações aqui publicadas.
Arquivado em: Bioquímica, Nutrição
Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição: