Condropatia patelar

Graduação em Fisioterapia (Faculdade da Serra Gaúcha, FSG, 2014)

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A condropatia patelar consiste na patologia que acomete a estrutura cartilaginosa do joelho. Quando falamos em condromalácia patelar, consiste no processo de “amolecimento da cartilagem”. Devido ao processo degenerativo de tecidos moles que a patologia desencadeia, podemos citar algumas alterações estruturais que podem vir a acontecer, tais como: crepitação retropatelar, dor, edema, aumento da sensibilidade (tanto estática quanto dinâmica), gerando um desequilíbrio funcional da musculatura do quadríceps, ocasionando atrofia de vasto medial e encurtamento de trato iliotibial. Apesar de algumas características principais da manifestação da doença, pode-se dizer que é uma patologia muito comum entre atletas, ocasionado pelo excesso da prática de atividade física, devido à sobrecarga de peso ou exercícios cardiorrespiratórios excessivos, predominantemente manifestado pelo gênero feminino.

Alguns movimentos acabam manifestando os sintomas de forma mais expressiva, uma vez que estes podem fazer com que ocorra um excesso de pressão entre a cartilagem da tróclea femoral e a cartilagem patelar, tornando assim a cartilagem doente. Normalmente apresenta dor na região anterior do joelho, associada a crepitação, principalmente em movimentos como agachamento, extensão de joelhos, típicos movimentos de subida e descida da escada, bem como o movimento de sentar e levantar.

A cartilagem articular da patela é estruturalmente a mais espessa do corpo, não seguindo o contorno do tecido subcondral. Com o passar do tempo, tende a se tornar menos espessa, mesmo que não haja nenhuma patologia, porém as alterações decorrentes do processo de envelhecimento tendem a deteriorar o tecido e diminuir a funcionalidade. Quanto às propriedades mecânicas, é importante destacar que a cartilagem hialina possui grandes habilidades, como resistência às tensões, compressões, torções e extensibilidade, determinadas pelos componentes presentes na MEC (matriz extra celular). Porém, a integridade e função da cartilagem dependem da interação dos componentes da MEC e o fluido intersticial. Já a superfície articular promove a baixa permeabilidade de fluidos, servindo assim para restringir os fluidos exsudatos e aumentando a pressurização do fluido intersticial, tornando assim a articulação mais funcional, com maior suporte de cargas e mantendo as propriedades físicas e biológicas.

Além da estrutura morfológica dos ossos, sabe-se que a restrição dos tecidos moles são fatores críticos para o melhor desempenho da estabilidade articular. O ligamento patelar e os retináculos medial e lateral formam um grupo acessório de estabilização passiva patelar. AS camadas superficiais dos retináculos estabilizam a patela e o ligamento patelar, estendendo-se até a fáscia do músculo sartório medialmente e lateralmente para a fáscia do trato iliotibial. Já as camadas mais profundas formam os ligamentos, contendo maiores espessamentos, promovendo significativa estabilização e suporte à estrutura patelar.

Quanto ao grau de progressão da condropatia patelar, podemos citar:

  • Grau I: amolecimento da cartilagem e edema;
  • Grau II: fragmentação de cartilagem ou fissuras menores que 1.3cm de diâmetro; fibrilação; frangeamento;
  • Grau III: fragmentação ou fissuras com 1.3cm de diâmetro ou mais; lesão parcial da cartilagem;
  • Grau IV: perda de cartilagem e dano ao tecido ósseo subcondral; lesão total da cartilagem;

Quanto às recomendações de tratamento da condropatia, podemos citar os seguintes cuidados:

  • Diminuir ou mesmo parar exercícios de alto grau de impacto;
  • Reforçar grupos musculares para promover o reequilíbrio biomecânico, principalmente os músculos vasto medial, quadríceps, trato iliotibial, glúteos, rotadores do quadril, afim de direcionar a força vetorial da articulação do joelho;
  • Evitar sobrecarga e “overtraining”;
  • Alongar musculatura de membros inferiores;
  • Evitar movimentos considerados mecanismos de lesão, como flexão acima de 90º;
  • Realizar a manutenção da postura, afim de evitar quaisquer adaptações posturais que possam desencadear sobrecarga patelar;

Dependendo do estágio em que a lesão pode se encontrar ao ser diagnosticada, provavelmente o paciente estará incapacitado para o desenvolvimento desportivo de alto nível. Porém, vale lembrar que o processo de reabilitação, incluindo reforço muscular e alongamentos, tornam muito mais próximo de proporcionar ao paciente o retorno à funcionalidade e desenvolvimento das atividades desportivas, tanto de caráter de tratamento, visando a prevenção da manifestação de sintomas ou de patologias, quanto para a prática de forma geral.

Referência:

http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/04/condromalaciaestruturamorfologia.pdf

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Arquivado em: Doenças
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