Biorremediação

Graduação em Ciências Biológicas (Unicamp, 2012)
Mestrado Profissional em Conservação da Fauna Silvestre (UFSCar e Fundação Parque Zoológico de São Paulo, 2015).

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A biorremediação é um processo natural de biodegradação, no qual organismos vivos são usados nas técnicas de tratamento de resíduos, para remediar ou eliminar as contaminações no ambiente, através da introdução de fungos, bactérias, plantas ou algas verdes, dependendo do tipo de contaminante que vai se degradar, para acelerar o processo de decomposição dos resíduos, recuperando solo e águas contaminadas. Este processo biológico pode regenerar os ecossistemas originais de forma equilibrada, gerando menos ou nenhum tipo de poluição secundária.

Onde é aplicado?

As ações humanas no ambiente podem causar alguns desastres ambientais como: vazamento de combustíveis que atingem o lençol freático, derramamento de petróleo no mar, esgoto, lixões, etc. Nesses casos, utilizava-se e ainda é utilizado o isolamento da área, esperando que a natureza promova a limpeza com o tempo ou a transferência do contaminante de um local para outro. Hoje, a biorremediação é um processo biológico que pode ser utilizado em tratamentos de resíduos, acidentes com derramamento de petróleo, degradação de compostos químicos e remoção e recuperação de metais pesados, em águas superficiais ou subterrâneas, efluentes industriais e solos.

Para se decidir se este é um método eficaz no tratamento de resíduos, deve-se saber se os contaminantes são biodegradáveis, se eles não são completamente biodegradáveis, onde e como podem ser; se as condições ambientais (PH, temperatura, nível de oxigênio, atividade enzimática, etc) são ideias para a biodegradação; e se esta ocorre naturalmente no local. A partir disso, se escolhe os microrganismos ideias, de acordo com o material contaminante. As bactérias possuem o sistema metabólico mais apto para biodegradação, sendo as responsáveis pela maior parte da reciclagem de moléculas no planeta.

E como acontece?

O processo de biorremediação acontece porque o microorganismo utiliza substratos orgânicos e inorgânicos, do agente contaminador, transformando-os em outras moléculas. Os microorganismos vão metabolizar os resíduos tóxicos do meio, gerando menos perturbações do que outros métodos não biológicos.

O primeiro passo é caracterizar a natureza do contaminante, avaliar o composto que será usado, planejando qual melhor tipo de biorremediação a ser utilizado. Sendo que existem dois tipos: Biorremediação in situ, na qual o tratamento biológico é feito no próprio local; e biorremediação ex situ, em que o material contaminado é removido para outro local, onde será tratado. É necessário que haja uma análise dos parâmetros físicos (temperatura, luz, natureza da matriz), químicos (PH, umidade, potencial redox do meio, composição química da matriz e do poluente, etc) e biológicos (co-metabolismo, troca de material genético, capacidade das enzimas atuarem sobre o poluente, etc).

Temos a biorremediação passiva, na qual o processo ocorre naturalmente pelos microorganismos presentes no solo e a biorremediação bioestimuladora, consistindo em adicionar nutrientes ao meio, para estimular maior atividade metabólica dos microrganismos, por exemplo, as bactérias que degradam hidrocarbonetos de petróleo, são beneficiadas com a adição de fertilizantes de sulfato e nitrato na atividade de decomposição. As técnicas utilizadas para bioestimular são: a bioaumentação, bioventilação, compostagem e Landfarmig (mais utilizada no país), sendo que mais de uma pode ser associada no processo.

Na primeira fase do processo, as bactérias atacam a matéria orgânica e têm como resultado moléculas de baixo peso molecular, como os ácidos. Na segunda parte da etapa, as bactérias transformam essas moléculas em CH4 (metano), CO2 (gás carbônico) e H2O (água). A decomposição anaeróbia tem a primeira fase chamada de não metanogênica, com produção de ácidos graxos, aminoácidos, açúcares simples, entre outras moléculas; e a fase metanogênica, na qual há redução de moléculas para formação de metano e gás carbônico.

Benefícios:

Diminui ou põe fim aos contaminantes, não transferindo para outro meio, o que pode levar a uma minimização dos impactos antrópicos; os custos são menores do que outros processos de remediação; é um processo natural; os resíduos do processo são inócuos; podem ser degradados contaminantes perigosos; etc.

Dentro do contexto atual, com atividades humanas causando grande impacto ambiental, é necessário que repensemos nossas ações, transformando-as nas mais ecológicas possíveis. Países da Europa e os EUA têm investido na biorremediação, como alternativa.

Referências:

AMABIS; MARTHO,, J.; G. R. (2010). Biologia dos organismos. 3ª edição. São Paulo: Moderna, 2010. 59 p. São Paulo: Moderna.

https://www.slideshare.net/AlineLopes117/apresentao-seminrio-biorremediao

https://pt.wikipedia.org/wiki/Biorremedia%C3%A7%C3%A3o

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