Desertificação

Mestre em Ensino na Educação Básica (UFG, 2021)
Licenciada em Geografia (UFG, 2003)

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A desertificação é um processo que e intensifica a aridez dos solos em áreas áridas, semiáridas e sub-úmidas. Este processo ocorre em razão das atividades humanas ou de fatores de ordem natural – como as mudanças climáticas. Em diferentes graus de intensidade, há o comprometimento da fertilidade e uso dos solos.

Como o próprio nome indica, podemos entender, que a desertificação é um processo que transforma regiões com distintos níveis de vulnerabilidade, em desertos (desertos quentes, uma vez que regiões polares também são consideradas desertos). Áreas que já apresentam escassez de umidade, quando submetidas a determinados fatores – naturais ou antrópicos – transformam-se em áreas desertificadas.

Solo e vegetação secos em área ameaçada de desertificação. Foto: Adriana Iacob / Shutterstock.com

Ação humana e desertificação

A maior preocupação dos pesquisadores e ambientalistas é com relação aos fenômenos de desertificação provocados pela ação humana. Uma vez que o processo é intensificado e acelerado, provoca impactos de maior dimensões nas áreas já propensas à aridez do solo. A ação antrópica sobre áreas vulneráveis tem provocado expressiva redução da vegetação e da capacidade produtiva dos solos.

Causas da desertificação

  • Desmatamento das áreas vulneráveis – a retirada da cobertura vegetal original é, talvez, o principal fator humano de intensificação da desertificação.
  • Construção de áreas de pastagem para a pecuária extensiva.
  • Uso do solo de maneira inadequada à serviço da agricultura intensiva.
  • Irrigação de pastos e lavouras com água de mananciais com escassez ou fragilidade hídrica.
  • A atividade mineradora impacta significativamente o solo e a biodiversidade no local e arredores em que se instala, intensificando assim, o processo de desertificação.
  • Queimadas, tanto para a “limpeza” do solo para agricultura e pecuária, como resultado da urbanização.

Consequências

  • Extinção da vegetação nativa e da biodiversidade da região desertificada.
  • Erosão e salinização do solo. Fenômenos que agravam ainda mais a infertilidade do solo.
  • Redução das terras agricultáveis e consequente diminuição da produção de alimentos.
  • A extinção da vegetação, dos rios, fontes de evaporação, causam mudanças no clima. Elevam-se as temperaturas e caem drasticamente as precipitações. As alterações climáticas são causa e consequência da desertificação.
  • Surgimento e intensificação dos fluxos migratórios, uma vez que sem áreas agricultáveis, a população das regiões desertificadas precisam migrar para sobreviver.
  • Outros impactos sociais como: fome, conflitos pela posse da terra e refugiados ambientais.

Desertificação no mundo

Barcos enferrujam em área do Mar de Aral que virou deserto. Foto: Milosz Maslanka / Shutterstock.com

Em diversas regiões do globo há áreas com distintos níveis de risco de desertificação. As terras localizadas nas fronteiras das áreas de deserto são significativamente mais propensas a se tornarem totalmente áridas. As áreas consideradas com “altíssima vulnerabilidade à desertificação” são:

  • A região do Sahel, no continente africano – nas bordas do deserto do Saara, assim como nas proximidades do deserto do Kalahari e da Namíbia, no sudoeste da África.
  • Na Ásia, várias regiões estão vulneráveis à desertificação. Um cinturão que vai desde os áridos países do Oriente Médio – nas bordas do deserto da Arábia – passando pelos territórios da Índia, Paquistão, Mongólia e China.
  • O Mar de Aral, que diminuiu consideravelmente de tamanho nas últimas décadas e virou um deserto, na Ásia Central, entre Uzbequistão e Cazaquistão.
  • No continente americano, a desertificação é uma ameaça no oeste dos Estados Unidos, norte do México, nas fronteiras com o deserto do Atacama (Chile) e no Nordeste do Brasil.
  • O continente europeu não está imune a desertificação. Os países da Península Ibérica (Portugal e Espanha) constam no mapa de países vulneráveis. Outras regiões mediterrâneas da Europa também estão propensas à aridez.
  • Na Oceania, grande parte do território australiano já sofre impactos da desertificação e há significativo perigo de avanço deste processo.

Bibliografia:

MMA – Ministério do Meio Ambiente: Gestão Territorial – Desertificação - Combate a desertificação

ONU – UNCCD – Convenção de Combate à Desertificação - http://www2.unccd.int/

http://www.dn.pt/sociedade/interior/sul-da-peninsula-iberica-pode-transformar-se-numdeserto-ate-2100-5474363.html

CAMPELLO, Lívia Gaigher Bósio. O problema da desertificação. Revista de Direito Ambiental: RDA, v. 12, n. 45, p. 129-166, Revista dos Tribunais: 2007. Disponível em: http://bdjur.stj.jus.br/dspace/handle/2011/86366

Exercícios e questões de vestibulares

Questão 01: (Enem 2014)

Os dois principais rios que alimentavam o Mar de Aral, Amurdarya e Sydarya, mantiveram o nível e o volume do mar por muitos séculos. Entretanto, o projeto de estabelecer e expandir a produção de algodão irrigado aumentou a dependência de várias repúblicas da Ásia Central da irrigação e monocultura. O aumento da demanda resultou no desvio crescente de água para a irrigação, acarretando redução drástica do volume de tributários do Mar de Aral. Foi criado na Ásia Central um novo deserto, com mais de 5 milhões de hectares, como resultado da redução em volume.

TUNDISI, J. G. Água no século XXI: enfrentando a escassez. São Carlos: Rima, 2003.

A intensa interferência humana na região descrita provocou o surgimento de uma área desértica em decorrência da ...

Veja a resposta desta e mais outras questões!
Questões e exercícios sobre Desertificação
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