Relevo de Roraima

Mestrado em Geografia (UFSC, 2015)
Graduação em Geografia (UFSC, 2012)

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Roraima situa-se no Planalto das Guianas, onde ele se apresenta com diferentes patamares. O mais alto deles é chamado de Planalto Sedimentar de Roraima, sendo seguido mais abaixo pelo Planalto do Interflúvio entre os rios Amazonas e Orinoco, que é um verdadeiro divisor de águas. Os últimos dois patamares são: Planalto Norte da Amazônia e, em seguida, uma série de Planaltos Residuais que chegam às calhas dos rios, suas margens e áreas próximas, ainda mais baixas, que são denominadas Pediplano Rio Branco-Rio Negro.

Mapa do relevo de Roraima. Fonte: IBGE

Planalto Sedimentar da Guiana

Este planalto é formado por grandes elevações de topos, geralmente aplainados. Suas altitudes variam de 1.000 a quase 3.000 metros. Nele localiza-se o monte Roraima, com 2.734 metros, ponto culminante do estado e sétimo do Brasil. Constitui uma grande mesa de topo horizontalizado, irregular, contornada por escarpas abruptas. Outros relevos estruturais ocorrem nos seus arredores, como a Serra do Sol, que possui 2.370 metros de altitude. As grandes serras que constituem o Planalto Sedimentar de Roraima têm características iguais às do monte Roraima.

Planalto do Interflúvio Amazonas-Orinoco

É o grande divisor de águas das bacias hidrográficas dos rios Orinoco e Amazonas. Constitui-se numa extensa área montanhosa com direção geral sudeste-noroeste. As formas de relevo apresentam vertentes de forte declividade, resultantes do encaixe da rede de drenagem, sobretudo das fraturas e falhas que atingem as rochas. De sudeste para norte e noroeste recebem os nomes de serra do Ucuzeiro e serra de Pacaraima, com 600 a 2.000 metros.

A serra do Ucuzeiro tem menor altitude. Estende-se do rio Taraú, no Amazonas às cabeceiras do rio Mucajaí, em Roraima. Suas altitudes variam entre 500 a 800 metros aproximadamente. Das cabeceiras do rio Tootobi na direção norte/nordeste, a serra do Ucuzeiro apresenta altitude um pouco maior, chegando a 1.000 metros.

A oeste das serras do Ucuzeiro, Couto de Magalhães e das Surucucus está a serra do Parima, com seu relevo em torno de 500 a 600 metros de altitude e com a forma de colinas e cristas que se distribuem das cabeceiras do rio Mucajaí até a serra do Urutanim. Em nível mais elevado suas altitudes variam entre 800 a 1.500 metros.

Entre os cursos dos rios Uraricoera e Maú, o Planalto do Interflúvio Amazonas-Orinoco é constituído por inúmeras serras com características próprias. A serra da Pacaraima estende-se desde a serra do Urutanim até o monte Roraima. Pode ser dividida em duas regiões com relevos distintos. A primeira com altitude de 800 a 1.200 e, a segunda, com altitude entre 1.200 a 1.600 metros.

Planalto Norte da Amazônia

O Planalto Norte da Amazônia é limitado ao norte, a oeste e a sudoeste pelo Planalto do Interflúvio Amazonas-Orinoco, ao sul pelos Planaltos Residuais de Roraima e a leste, pelo Pediplano Rio Branco-Rio Negro. Apresenta configuração descontínua e está representado pela serra da Prata, ao norte de Caracaraí. Os topos são tabulares, com cerca de 400 metros de altitude.

Planaltos Residuais de Roraima

Estas unidades estão constituídas de diversas serras que sobressaem no relevo do Planalto Norte da Amazônia e na superfície do Pediplano Rio Branco-Rio Negro. Formam grandes maciços isolados com altitudes que variam de 400 a 800 metros aproximadamente. O mais representativo dos planaltos residuais é a serra da Mocidade.

Pediplano Rio Branco-Rio Negro

O Pediplano Rio Branco-Rio Negro, como unidade de relevo, é a que tem maior expressão espacial e, portanto, ocupa maior área no estado de Roraima. É uma extensa superfície de aplainamento. Compreende no nível mais baixo, a uma altitude de 70 a 160 metros, possuindo declividade fraca em direção à calha do rio Negro, ao sul.

Campos do Rio Branco

Oferece boas condições para o povoamento da região, por conta do relevo, clima e cobertura vegetal. Ao norte, a região dos campos é barrada pelas elevações do Planalto do Interflúvio Amazonas-Orinoco. A oeste, o limite está aproximadamente no meridiano 61°30’W e, a leste, vai além das fronteiras do Brasil com a Guiana, marcadas pelo rio Tacutu. A altitude dos campos está em torno de 100 a 130 metros, sendo que Boa Vista tem 92 metros.

Leia também:

Fontes:

FREITAS, Aimberê. Geografia e História de Roraima. Boa Vista: IAF, 2017, 212p.

MIGUEIS, Roberto. Geografia do Amazonas. Manaus: Editora Valer, 2011, 144p.

Arquivado em: Roraima
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