Economia da Roma Antiga

Por Ana Luíza Mello Santiago de Andrade

Graduada em História (Udesc, 2010)
Mestre em História (Udesc, 2013)
Doutora em História (USP, 2018)

Categorias: Civilização Romana
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A economia romana foi marcada por duas atividades principais: a agricultura e o comércio. No Império Romano havia uma certa estabilidade econômica, e, portanto, conseguiam manter uma única moeda corrente, as tarifas alfandegárias eram baixas e as estradas e os portos eram protegidos. Mas, para conquistar essa estabilidade econômica os romanos passaram por processos de conquista e expansão, especialmente ao longo do período republicano.

Moedas de ouro, prata, bronze e outros metais do Império Romano. Essa moeda era chamada denário (denarius), que acabou originando a palavra dinheiro na língua portuguesa. Foto: Bukhta Yurii / Shutterstock.com

Uma das principais marcas da república romana foram as Guerras Púnicas, conflitos com Cartago, ao norte da África, em que as duas potências do mundo antigo disputaram a hegemonia econômica da região, ou seja, disputaram os domínios sobre o Mar Mediterrâneo, até então dominada por Cartago. Estes foram derrotados pelos romanos que passaram a explorar o comércio marítimo da região, conseguindo, inclusive, expandir seu território. A conquista do poder sobre o mediterrâneo e sobre a Península Itálica foi fundamental para o desenvolvimento da economia romana a partir do comércio marítimo, por onde circulavam mercadorias destinadas não apenas para a subsistência como também de artigos de luxo. Na época Roma importava insumos de diversas partes do mundo antigo. Consumiam cereais da Sicília e do norte africano, azeites do Egito e da região onde hoje se localiza a Espanha e o mármore para as suas construções vinha da Ásia e do norte da África. Outra importante conquista das guerras, como as Guerras Púnicas, foram os escravos, que acabavam destinados ao trabalho na agricultura e nas confecções. Os artesãos não produziam em larga escala, confeccionando produtos diretamente para os usuários.

Durante muitos séculos a agricultura foi a principal atividade econômica romana. Foi durante a República, após a vitória nas Guerras contra Cartago, que Roma passou a ser um importante centro comercial da região. Isso levou os romanos a controlarem o Mediterrâneo e, portanto, o fluxo de metais que transitavam pelo mar. Assim, a circulação comercial entre Roma e suas províncias passou a ser intenso. As províncias enviavam trigo, madeira, cobre, estanho, prata, peles, objetos de luxo, queijos e especiarias a baixo custo, e ainda pagavam impostos aos romanos.

Outro fenômeno evidente à época foi a ascensão e enriquecimento de alguns plebeus, que conquistaram terras e poderes políticos. Assim, o tamanho das propriedades de terras foram aumentando, transformando-se em grandes propriedades de plebeus enriquecidos, promovendo a saída do campo de plebeus que continuavam pobres e que não conseguiram prosperar sem as terras.

A saída do campo e o empobrecimento de uma parcela significativa dos plebeus gerou uma crise social no território romano. Para isso foi preciso criar uma política por parte do estado para subsidiar a sobrevivência desta população. Foi então criada a política de pão e circo, que ofertava alimentos a baixo custo e espetáculos sem custo para entretenimento.

A história romana na antiguidade é marcada por diferentes períodos. No início a agricultura era a principal atividade comercial, e após a conquista do comércio marítimo Roma conquistou hegemonia econômica na região, estabilizando-se e ampliando seus domínios. A reflexão de Pedro Paulo Funari é interessante para pensar sobre este tema. O autor afirma que “a vida econômica desenvolveu-se muito, mas a prosperidade foi desigual.” (FUNARI, 2002, p.61). Ou seja, embora tenha havido um importante e significativo desenvolvimento econômico, este desenvolvimento não chegou a todos os cidadãos romanos, que encontravam dificuldades até para sobreviver em uma sociedade marcada por profunda desigualdade.

Referência:

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.

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