Refrigerantes

Licenciatura Plena em Química (Universidade de Cruz Alta, 2004)
Mestrado em Química Inorgânica (Universidade Federal de Santa Maria, 2007)

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Quimicamente, pode-se definir um refrigerante como uma bebida fabricada industrialmente, não alcoólica (não pode apresentar o etanol em sua formulação) e não fermentada (não pode utilizar organismos vivos em seu preparo). Sua base de composição deve ser água e açúcar, sendo que nessa mistura homogênea demais componentes são adicionados, como aromas e gás carbônico.

Foto: chevanon / Shutterstock.com

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O consumo de refrigerante no Brasil é hoje destacado em nível mundial, e vem aumentando ano após ano. “O Brasil é o terceiro produtor mundial de refrigerantes, depois dos Estados Unidos e México. Contudo, o consumo per capita é da ordem de 69 L por habitante por ano, o que coloca o país em 28º lugar nesse aspecto. A Coca-Cola e a Pepsi detêm ¾ do mercado mundial, avaliado em cerca de US$ 66 bilhões anuais. Entre 1988 e 2004, o mercado nacional cresceu 165%, verificando-se também um aumento da participação de refrigerantes regionais (de 9% para 32%). A Coca-Cola e a Companhia de Bebidas das Américas (AmBev) detinham, em 2004, 68% do mercado”1.

No que se refere às consequências fisiológicas do consumo diário de refrigerantes, a maioria dos especialistas adverte a riscos potencialmente complexos, destacando-se aqueles que apresentam a cafeína em sua composição. “Passados 60 minutos do consumo, as propriedades diuréticas da cafeína entram em ação. Você urina. Agora é garantido que porá para fora cálcio, magnésio e zinco, dos quais seus ossos precisariam. Conforme a onda abaixa, você sofrerá um choque de açúcar. Ficará irritadiço. Você já terá posto para fora tudo que estava no refrigerante, mas não sem antes ter posto para fora, junto, coisas que farão falta ao seu organismo”2.

Os principais componentes encontrados em um típico refrigerante são:

  1. Água: São realizados tratamentos diversos para garantir a qualidade da água a ser utilizada, incluindo sua baixa alcalinidade e concentração aceitável de íons, bem como padrões microbiológicos adequados.
  2. Açúcar: O sabor adocicado da grande maioria dos refrigerantes se deve a uma adição de açúcar, a qual gira em torno de 10% em relação à massa total do produto. Além disso, traz boa parte das calorias encontradas no refrigerante por meio da molécula da sacarose, o açúcar normalmente utilizado.
  3. Xarope: É o produto que concentra as características organolépticas do refrigerante (sabor, odor e coloração). Geralmente são óleos essenciais obtidos de frutos ou ervas.
  4. Acidulantes: Reduzem o pH da bebida (variando de 2 a 4), ou seja, a torna mais ácida. Entretanto, realçar o sabor do refrigerante é também um importante critério de escolha do acidulante.
  5. Antioxidantes: Vários componentes do refrigerante são suscetíveis à oxidação, como ésteres e aldeídos presentes nos óleos essenciais, tornando-se necessário a inserção de componentes químicos responsáveis pela antioxidação, como o ácido ascórbico.
  6. Conservantes: São compostos que inibem o desenvolvimento de microorganismos capazes de alterar características básicas do refrigerante. Geralmente os ácidos benzóico e sórbico são utilizados para esse fim.
  7. Edulcorantes: Em bebidas de baixo teor calórico são utilizados compostos químicos conhecidos como edulcorantes em substituição à sacarose, mantendo todas as suas propriedades inalteradas, com exceção de sua dosagem de açúcar.
  8. Gás carbônico: A gaseificação do refrigerante é promovida pela adição de CO2, o qual realça o paladar e melhora a aparência da bebida.

Referências:
1. http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc31_3/10-PEQ-0608.pdf
2. http://www.mundodaquimica.com.br/2012/09/composicao-do-refrigerante-e-como-seu-corpo-reage-a-ingestao/

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Arquivado em: Alimentos, Química
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