Olfato

Mestre em Ciências Biológicas (Universidade de Aveiro-SP, 2013)
Graduada em Biologia (Universidade Santa Cecília-SP, 2003)

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O sentido olfativo é responsável por decodificar os estímulos físicos e os estímulos químicos odorantes no ambiente. As moléculas das substâncias evaporam e, portanto, ficam suspensas no ar, chegando ao aparelho sensorial do olfato, onde são captados pelos receptores.

Os receptores, denominados de neurônios receptores olfativos, são neurônios com um dendrito arrendondado e estão localizados no epitélio da porção superior das cavidades nasais, apresentam os cílios olfativos. Existem cerca de 10 milhões de células olfativas que são capazes de detectar milhares de tipos de odores. As moléculas de odores reagem com os cílios olfativos, promovendo assim a estimulação dos receptores. Cada receptor possui em sua extremidade um axônio, capaz de realizar a sinapse com uma célula no bulbo olfativo que fica na base do cérebro.

Anatomia do sistema olfativo. Ilustração: Blamb / Shutterstock.com

No tecido do epitélio do aparelho olfativo existem glândulas que produzem o muco que, além de umedecer a superfície da camada do epitélio, funciona como um neurotransmissor (coordena o batimento do cílio) e dissolve as moléculas odoríferas.

A captação do odor é feita pelas narinas, onde as moléculas são dissolvidas pelo muco e direcionadas aos receptores, e ao passar pelos cílios, inicia-se o impulso elétrico. O impulso então será conduzido aos bulbos olfativos, que estão nos lobos frontais do telencéfalo, e depois aos tratos olfativos. Os impulsos são então levados para o córtex cerebral, onde serão interpretados e armazenados pelo cérebro.

O processo da memória dos odores é importante para a própria sobrevivência do organismo humano, identificamos, reconhecemos e selecionamos os alimentos ingeridos pela sua qualidade e necessidade. O comportamento afetivo do olfato, como a sensação agradável e desagradável, exerce influência no paladar.

Distúrbios do sistema olfativo

Os distúrbios no sistema do olfato podem comprometer o olfato. Eles são classificados em três grupos:

  • Deficiências condutivas – são as deficiências provocadas por uma obstrução na cavidade nasal que faz com que os estímulos dos odores não consigam atingir a mucosa olfativa. Com esse bloqueio, o ar não consegue chegar nas regiões superiores da cavidade nasal. As alterações anatômicas da cavidade do nariz, como a hipertrofia de conchas e o desvio do septo, e as patologias nasossinusais (rinite alérgica, polipose nasal e tumores) são exemplos desse tipo de distúrbio.
  • Sensório-neurais – são as lesões no neuroepitélio ou no nervo olfativo. Existem dois tipos: epitelial e neural. Os distúrbios sensoriais podem ser causados por infecções de vias aéreas superiores, por quimioterapia, por uso de drogas intranasais (cocaína, por exemplo) e pela selinidade. Os distúrbios neurais são causados por: trauma cranioencefálico (lesão nos nervos olfativos). Como sensório-neural, a exposição a substâncias tóxicas (chumbo, amônia, ácido sulfúrico, solventes, pesticidas, entre outras) pode ser um fator de causa do distúrbio e algumas doenças, tais como a diabetes mellitus, doença de Alzheimer, Parkinson, demências, acidente vascular encefálico e esclerose múltipla.
  • Centrais – são lesões no bulbo, trato e estrias olfativas, e também em algum local dos centros corticais do olfato. Uma origem para esse tipo é pela associação de duas ou mais causas em conjunto.

Ainda existem outras causas que podem levar a um comprometimento do sentido olfativo, como o uso de alguns tipos de medicamento, esquizofrenia, epilepsia, cefaleia e depressão.

A diminuição da percepção do odor é chamada de hiposmia, e o aumento, de hiperosmia. Quando ocorre uma distorção do poder olfativo, é denominada de disosmia, e ela pode ser de dois tipos: parosmia (com estímulo ambiental) e fantosmia (sem estímulo ambiental). A anosmia é a perda completa da percepção do odor.

Referências

JÚNIOR, A. S. et al. Distúrbios do olfato. RBM ORL, v. 3, n. 3, p. 78-84, 2008.

BARBEITOS, C. L. P. Percepção do olfato: folhas que não guardei. Revista de arte.

NETO, F. P. et al. Anormalidades sensoriais: olfato e paladar. Int Arch Otorhinolaryngol, v. 15, p. 350-8, 2011.

TORTORA, G. J.; GRABOWSKI, S. R. Corpo humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 6. Ed. Porto alegre: Artmed, 2006.

Arquivado em: Anatomia, Sentidos
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