Relações Ecológicas

As relações mantidas entre os organismos de uma comunidade biológica são denominadas relações ecológicas. Estas relações são classificadas como relações intraespecíficas, quando ocorrem entre indivíduos da mesma espécie, ou interespecíficas, quando ocorrem entre indivíduos de espécies diferentes.

Relações ecológicas intraespecíficas

Competição intraespecífica

A competição intraespecífica ocorre quando indivíduos da mesma espécie disputam por um ou mais recursos no ambiente, como água, alimento, luz solar, parceiros para a reprodução etc.

Cooperação intraespecífica

Indivíduos de diversas espécies apresentam comportamento cooperativo entre si. Dois casos particulares são as colônias e as sociedades.

Colônias

Colônias são agrupamentos de indivíduos da mesma espécie unidos entre si, que interagem de forma mutuamente vantajosa, com divisão de trabalho entre seus membros.

As colônias podem ser isomorfas ou heteromorfas. Colônias isomorfas apresentam indivíduos com morfologia e funções semelhantes, como no caso dos corais. Estes organismos secretam um esqueleto calcário que é compartilhado por até milhões de indivíduos muito parecidos entre si. Já as colônias heteromorfas apresentam indivíduos com morfologia e funções distintas. A caravela-portuguesa (Physalia physalis) é um exemplo de colônia heteromorfa. Nela, há membros de vários tipos, que desempenham funções como flutuação, alimentação e defesa da colônia.

Sociedades

Nas sociedades, os grupos de organismos de uma mesma espécie apresentam algum grau de cooperação, divisão de trabalho e comunicação. Diferentemente das colônias, não estão ligados entre si.

Diversas espécies vivem em sociedade, como nós, seres humanos, e insetos como as abelhas, que possuem comunidades altamente organizadas.

Outras relações intraespecíficas:

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Relações ecológicas interespecíficas

As relações entre indivíduos de diferentes espécies podem ir desde uma espécie que se alimenta de outra até a dependência mutua dos indivíduos envolvidos.

Competição interespecífica

Assim como na competição intraespecífica, na competição interespecífica há a disputa por recursos, porém, entre espécies diferentes.

Predatismo

A predação ou predatismo ocorre quando uma espécie predadora mata outra espécie (presa) para se alimentar. Enquanto o predador se beneficia, a presa é prejudicada.

Esta relação atua na regulação da densidade populacional no ambiente.

Parasitismo

O parasitismo é tipo de relação em que uma espécie parasita associa-se a uma espécie hospedeira para alimentar-se às suas custas.

Geralmente, ambas as espécies estão bem adaptadas umas às outras, de modo que não são causados à espécie hospedeira grandes prejuízos.

Exemplo: carrapato-estrela (Amblyomma cajennense) parasitando uma capivara (Hydrochoerus hydrochaeris).

Leia também: formigas zumbis, parasitoides.

Mutualismo

Nesta interação, ambas as espécies trazem benefícios umas às outras. O mutualismo pode ser facultativo ou obrigatório.

No primeiro caso, também chamado de protocooperação, as espécies associadas trocam benefícios, mas podem viver separadas umas das outras. É o caso dos crustáceos do gênero Pagurus, conhecidos como caranguejos-eremita, e algumas espécies de anêmona-do-mar.

Este caranguejo protege-se em conchas abandonadas por caramujos, nas quais podem estar fixadas anêmonas-do-mar. As anêmonas aproveitam o deslocamento do caranguejo para alimentarem-se, enquanto os caranguejos se protegem nas conchas nas quais se encontram as anêmonas.

No mutualismo obrigatório, a sobrevivência de ambas as espécies depende da associação. É o que acontece com certas espécies de protozoários e cupins. Os protozoários abrigam-se no intestino dos cupins, digerindo, em troca, a celulose presente na madeira que estes ingerem e que não são capazes de digerir.

Comensalismo e inquilinismo

O comensalismo está ligado principalmente à necessidade de obtenção de alimentos. Uma espécie se beneficia, porém, sem prejudicar a outra.

A rêmora, por exemplo, se alimenta de restos de alimento deixados por tubarões prendendo-se, ao corpo deles. Para eles, sua presença é indiferente.

No inquilinismo, um dos indivíduos – inquilino – se beneficia utilizando o corpo de outro indivíduo para obter suporte e abrigo, sem prejudicá-lo. É o caso de bromélias que se instalam sobre plantas bem maiores para obterem luz. Para o inquilino, é indiferente sua presença.

Outras relações interespecíficas:

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Referências bibliográficas:

AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia das Células 1. 4ª edição. São Paulo: Editora Moderna, 2015.

PEREIRA, Hugo da Fonseca Alves; ESTON, Marilda Rapp. Biologia e manejo de capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris) no Parque Estadual Alberto Löefgren, São Paulo, Brasil. 2007. Disponível em: <http://www.conhecer.org.br/download/CONTENCAO%20E%20CAPTURA%20DE%20ANIMAIS%20SELVAGENS/LEITURA%20ANEXA%201.pdf>.