Hipermetropia

Mestre em Ciências Biológicas (Universidade de Aveiro-SP, 2013)
Graduada em Biologia (Universidade Santa Cecília-SP, 2003)

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A hipermetropia é um distúrbio visual bastante frequente, um erro refrativo caracterizado pela perda de nitidez da imagem de objetos próximos, consequente da inadequação da focalização dos feixes de luz. Isso ocorre em razão do comprimento axial do globo ocular ser curto demais, assim os raios paralelos convergem de forma mais distante, o que faz o foco da imagem incidir atrás da retina. Provoca um desconforto visual.

Como a imagem se forma atrás da retina em um olho com hipermetropia. Ilustração: Neokryuger / Shutterstock.com (adaptado)

A acuidade visual para os objetos que estão distantes não é perdida, pelo motivo da quantidade de acomodação ser a correta quando é formada pelo sistema ótico e a retina.

Causas

Pode ser ocasionada também pela diminuição do poder dióptrico do cristalino e da alteração da curvatura da córnea: aumento do raio de curvatura, redução da curvatura das faces do cristalino, decréscimo do índice de refração do cristalino e do humor aquoso, aumento do índice de refração do vítreo, cristalino e córneas com grande distância entre si e a ausência de cristalino (afacia, adquirida ou congênita).

Alguns casos de hipermetropia acontecem em idade avançada, quando surgem alterações no cristalino devido as trocas osmóticas.

Tipos

É classificada em dois tipos:

  • Axial, ocorre pela diminuição do eixo axial do olho. O eixo anteroposterior mais curto, em que o grau de encurtamento não excede os 2 mm.
  • Refrativa, ocasionada por: alterações dos meios refringentes do globo ocular (perda do poder dióptrico da face anterior do cristalino ou da córnea), índice elevado de refração do corpo vítreo, afacia, índice reduzido do humor aquoso ou do núcleo do cristalino e/ou ectopia do cristalino.

Sintomas

Os sintomas são: dores de cabeça devido o esforço visual, visão embaçada para objetos próximos, fadiga ocular e olho lacrimoso.

Tratamento

O tratamento é realizado pelo uso de óculos e as lentes de contato com diferentes vergências, a fim de convergir os raios luminosos que chegam no olho e ajudar a compensar a distância insuficiente entre o cristalino e a retina. Pode ser prescrito a cirurgia refrativa com o Excimer Laser, procedimento realizado nas estruturas da córnea e do cristalino.

Correção

Para corrigir o grau da hipermetropia, é mensurado a contração do músculo ciliar no ato da acomodação, pois a contração aumenta o poder de refração do cristalino. Para isso é utilizado o auto refrator, um equipamento oftálmico de precisão usado para medir parâmetros de diversos erros refrativos, medidas de curvatura da córnea e da distância pupilar.

Em relação à acomodação visual, a hipermetropia pode ser categorizada em quatro divisões:

  • hipermetropia total (HT)
    • hipermetropia latente (HL)
    • hipermetropia manifesta (HM);
  • hipermetropia absoluta (HA);
  • hipermetropia facultativa (HF).

Os hipermetropes possuem maior risco de desenvolver outras perturbações visuais, tais como o estrabismo, o glaucoma de ângulo fechado, a ambliopia, conjuntivite e a degeneração macular.

Leia também:

  • Miopia – dificuldade para enxergar objetos a longas distâncias, que provoca o embaçamento da imagem que estão longe.
  • Astigmatismo – quando o olho não consegue focalizar, de maneira uniforme, a luminosidade, o que ocasiona uma distorção das imagens em qualquer distância.
  • Presbiopia – conhecida popularmente como “vista cansada”, é a dificuldade de enxergar os objetos próximos, relacionada ao envelhecimento.
  • Anomalias da visão

Referências:

DA CUNHA, C. M.; CORREIA, R. José B.; CUNHA, J. T. Correção óptica e evolução da hipermetropia. Brasileira de, v. 76, n. 4, p. 194-7, 2017.

GERAISSATE, E. Hyperopia. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, v. 63, n. 6, p. 499-501, 2000.

VENTURA, L.; NETO, J. C. C. Ametropias oculares. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 17, n. 4, p. 305-316, 1995.

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Arquivado em: Doenças, Visão
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