Tartaruga marinha

Mestre em Ecologia (UERJ, 2016)
Graduada em Ciências Biológicas (UFF, 2013)

Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição:


Ouça este artigo:

As tartarugas marinhas são da Ordem Testudines e estão agrupadas nas famílias Dermochelydae (Dermochelys coriacea) e Cheloniidae (Caretta caretta, Chelonia mydas, Eretmochelys imbricata, Lepidochelys olivacea, Lepidochelys kempii e Natator depressus) constituindo ao todo seis gêneros e sete espécies. São répteis existentes há mais de 180 milhões de anos e teriam evoluído a partir das tartarugas de água doce. A carapaça das tartarugas marinhas é mais achatada, o que as deixam mais leves e hidrodinâmicas. Possuem visão, olfato e audição desenvolvidos e as patas são eficientes nadadeiras debaixo d´água. Outra importante adaptação foi o surgimento de glândulas de sal, localizadas próximo aos olhos. A maioria das espécies de tartarugas marinhas é migratória e se orientam pelo oceano com a ajuda do campo magnético terrestre.

No Brasil, ocorrem cinco espécies de tartarugas marinhas: Caretta caretta (conhecida como tartaruga cabeçuda), Chelonia mydas (tartaruga verde), Eretmochelys imbricata (tartaruga de pente), Dermochelys coriácea (tartaruga de couro) e Lepidochelys olivacea (tartaruga de oliva).

Tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta). Foto: Matteo photos / Shutterstock.com

São répteis pulmonados com grande capacidade de permanência debaixo d’água, quer em repouso, quer em busca de alimento. Tal capacidade resulta da eficiente distribuição do oxigênio pelo corpo, somada ao baixo nível metabólico e um pequeno auxílio da respiração acessória, possibilitada pela troca de gases em órgãos como a cloaca e a faringe. A dieta é onívora sendo constituída por zooplâncton, celenterados, salpas, algas, moluscos, peixes e crustáceos.

Tartaruga-verde (Chelonia mydas). Foto: Kristina Vackova / Shutterstock.com

A maior parte das ocorrências reprodutivas está concentrada nas regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, a temporada de desovas, de forma geral, vai de setembro a abril nas praias do continente e de dezembro a junho nas ilhas oceânicas. Uma mesma fêmea pode fazer mais de uma desova em uma mesma temporada e os ciclos reprodutivos podem ser anuais, bienais, trienais ou irregulares. A temperatura ambiente é um fator muito importante no ciclo de vida das tartarugas marinhas, influenciando diretamente a determinação do sexo, nascimento e crescimento dos filhotes, a atividade no interior do ninho, o tempo de incubação dos ovos, a hibernação e a distribuição geográfica, entre outros fatores.

Projeto TAMAR

Atualmente, todas as espécies de tartarugas marinhas estão incluídas nas listas de espécies ameaçadas de extinção. As principais ameaças às tartarugas marinhas são o impacto do desenvolvimento costeiro acelerado, a captura incidental por redes de pesca, a caça para consumo humano da carne e da gordura das tartarugas, as mudanças climáticas, a poluição e os patógenos. Na década de 80, no Brasil, foi criado o Projeto Tartaruga marinha que, hoje, é conhecido como o Projeto TAMAR. Este projeto tem como missão a pesquisa, conservação e o manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no país e atualmente é visto como referência na conservação nacional das tartarugas marinhas, protegendo cerca de 1.100 km de praias, em 25 localidades em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso desses animais, no litoral e ilhas oceânicas, em nove estados brasileiros. O projeto também realiza ações permanentes de educação ambiental para turistas, moradores, pescadores e empresários sobre a importância da preservação do ciclo de vida das tartarugas marinhas.

Referências Bibliográficas:

Projeto Tamar. http://www.tamar.org.br

Atlas virtual da Pré-História. http://www.tartarugas.avph.com.br/tartarugasmarinhas.htm

Plano de ação nacional para a conservação das Tartarugas marinhas. 2011. Alexsandro Santana dos Santos et al.; Organizadores: Maria Ângela Azevedo Guagni Dei marcovaldi, Alexsandro Santana dos Santos. Instituto Chico Mendes de conservação da biodiversidade - Série Espécies Ameaçadas, v.25, 120 p.

Arquivado em: Répteis
Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição: