Biota

Graduação em Ciências Biológicas (Unicamp, 2012)
Mestrado Profissional em Conservação da Fauna Silvestre (UFSCar e Fundação Parque Zoológico de São Paulo, 2015).

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O termo biota surgiu em meados do século XX e foi proposto por Leonhard Stejneger em 1901, para designar o conjunto de seres vivos de um determinado local, ou de uma determinada época. É o conjunto de todos organismos vivos de uma localidade, por exemplo, a biota de um fragmento florestal, biota de um rio, biota do planeta Terra, etc. Apesar deste conceito englobar a fauna, flora e microrganismos, biota é mais abrangente do que comunidade, sendo muito utilizado para os estudos da biodiversidade.

Biota se cruza com o termo biocenose, que é a comunidade biológica, associação de comunidades de um biótopo (ou ecótopo). Assim, ao estudar a biocenose, estamos estudando as relações dos seres que ali vivem, desde os microrganismos, até os vários tipos de plantas e animais. As estreitas relações de interdependência vão determinar a composição, abundância e as adaptações das espécies. As relações dos seres entre si e com o meio, define o que chamamos de ecossistema.

Ilustração: Man As Thep / Shutterstock.com

A biota de um local vai depender dos fatores abióticos dele, como a luminosidade, a temperatura, regime de chuvas, composição química do solo, etc. A biocenose também está sob influência dos fatores bióticos, uma vez que as populações se relacionam de forma direta ou indireta.

As populações de uma comunidade interagem umas com as outras, podendo ser negativo para uma e positivo para outra, ou positiva para as duas, ou mesmo positivo para uma e neutro para outra. Essas são tipos de relações ou interações ecológicas e vão influenciar o número de indivíduos de uma população. Alguns tipos de relações de interdependência biótica: Temos plantas que dependem de plantas no epifitismo, ou no parasitismo; Plantas que dependem de animais para dispersão e polinização, ou mesmo para nutrição das plantas carnívoras; temos os animais que dependem das plantas para se nutrirem, os herbívoros; e os animais que dependem de outros animais para se alimentarem (carnívoros) ou mesmo se abrigarem.

Já os ecossistemas são compostos por uma comunidade ou mais, relacionando com o meio abiótico (físico e químico), como água, temperatura, luz solar, nutrientes, etc. Sendo que os seres vivos podem mudar algumas condições, como o solo que se torna mais rico em nutrientes, com a presença de plantas e a atividade de bactérias, ou como o clima que é afetado pelo desmatamento de florestas, etc. Os ecossistemas são organizados em categorias que chamamos de bioma. De forma geral, a flora que determina a fitofisionomia, tem uma relação direta com o clima e com o solo, dependendo dessas condições. O clima por si só engloba muitos fatores de influência sobre a biota, como vento, pressão, precipitação, umidade, radiação, etc.

Nos ecossistemas estudamos a transferência de energia e matéria. A energia que vem do sol é assimilada no sistema em moléculas orgânicas pelo que chamamos de produtores (seres fotossintetizantes) e passa de um ser para outro através da alimentação, dos herbívoros que comem os produtores, dos carnívoros que comem os herbívoros, dos detritívoros que se alimentam dos seres mortos. Parte dessa energia é perdida através de calor. Já a matéria, circula dentro de um ecossistema. Os produtores incorporam elementos como carbono (C), nitrogênio (N) e Fósforo (P) em suas moléculas orgânicas e isso vai sendo passado através da alimentação. Tanto a energia, como matéria são passados através da cadeia alimentar, de nível em nível trófico.

Além dessas relações dentro de uma cadeia e teia alimentar, cada espécie tem uma função ecológica, que mantém os ecossistemas em equilíbrio, sendo que a biota de um determinado local pode variar com o tempo, pois é algo dinâmico. Algumas populações podem transitar entre habitas, no evento de migração. As espécies podem variar, a partir de perturbações naturais ou provocadas no ambiente, como poluição, fragmentação e destruição de habitat, enchentes, furacões, etc. Atividades antrópicas têm sido a principal causa de extinções de espécies e alterações na biota, como um todo.

Leia também:

Referências:

Amabis, J. M. & Martho, G. R. 2006. Fundamentos da Biologia Moderna: Volume único. 4ª Ed. Editora Moderna: São Paulo, 839 p.

Ricklefs, R. E. 2009. A Economia da Natureza. 5ª ed. Editora Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 503 p.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Biota_(ecologia)

Piratelli, A. J. e Francisco, M. R. Conservação da Biodiversidade dos Conceitos às Ações; Technical Books editora, 1° edição, 2013

Arquivado em: Ecologia
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